Depois de tentar subir o Monte Makalu, durante o inverno himalaiano, Thomaz conseguiu uma autorização junto aos chineses, para escalar o Everest, pela Face Norte.
Na época, a fila de espera para conseguir uma autorização de escalada para a montanha mais alta do mundo, nos meses mais adequados, abril-maio e setembro-outubro, era de 12 anos. Então, para “furar” essa fila Thomaz conseguiu uma autorização para os difíceis meses de outubro-novembro, pouco antes do inverno.
Thomaz, na época único do time com experiência no Himalaia, foi o líder dessa expedição brasileira, que contou com mais 6 alpinistas e um médico, além de uma equipe de 3 sherpas de altitude. Um deles era o famoso Ang Rita, que durante muitos anos foi o recordista de ascensões ao Everest sem auxílio de garrafas de oxigênio.
Depois de dois anos de planejamento, preparação, treinos e a difícil missão de levantar parte dos recursos, a equipe chegou em Katmandu em meados de setembro. No final do mês embarcou para o Tibet. Foram 6 dias de viagem cruzando o platô tibetano até o campo-base, a 5.200 metros de altitude, na entrada do Vale de Rongbuk, montado no início de outubro.
Depois de montar o campo-base a 6.500 m de altitude, no dia 14, a equipe escalou um paredão de gelo com 400 metros de altura, que leva ao Colo Norte, a 7.000 m, onde montou o Campo 1. A partir daí, o ar rarefeito, o frio polar e violentas tempestades de vento, impediram a equipe de montar outros acampamentos na encosta rochosa. A equipe foi forçada a retroceder quando atingiu os 7.100 m de altitude.
Depois de semanas de espera por melhores condições climáticas, e 55 dias na montanha, tiveram que dar a expedição por encerrada. Um ano depois, Thomaz lançou “EVEREST: VIAGEM À MONTANHA ABENÇOADA” (L&PM Editores), onde narra todos os detalhes da expedição e o que aprendeu nessa jornada.
Katmandu
Katmandu
Katmandu
Katmandu
Katmandu
Katmandu
Nossos barris com todos os mantimentos e equipamentos no aeroporto de Katmandu.
Nossa equipe e os sherpas que nos acompanhariam, momentos antes de embarcar para o Tibet.
Ponte da “Amizade” na fronteira com o Tibet (vila de Zhangmu à direita)
Tibetano.
Nyalan (3.750 m), no platô tibetano.
Casas típicas de Nyalan, já no platô.
Nômade que vive no platô tibetano, no caminho ao campo base.
Açougue em Tingri (4.342 m).
Jovens monges estudando num mosteiro em Xegar (4.350 m).
Mosteiro de Rongbuk, na entrada do vale de mesmo nome, que leva ao campo-base, acessível para carros e caminhões. Face norte do Everest, ao fundo.
Nosso Campo-base, bastante simplório, a 5.200 m de altitude, com os iaques.
Pesando cada barril que iria no lombo dos iaques até o campo-base avançado, a 6.500 m.
Iaque.
Caminho natural de pedra pela geleira Rongbuk leste, que leva ao local onde seria montado o base avançado, a 6.500 m. Nesse trajeto de aprox.. 22 km, montamos os Campo 1 e 2 – provisórios.
Campo-base avançado. Ao fundo a parede de gelo de 400 metros que leva ao Colo Norte (7.000 m). À esquerda, o cume do Everest.
Nosso sherpa Ang Rita, uma “lenda” no Himalaia, em 1991 já tinha chegado no cume do Everest 6 vezes. Em 1996 bateu o recorde com 10 ascensões sem oxigênio - recorde que permanece. Em 1987 foi o 1º. homem a escalar essa montanha no inverno sem oxigênio complementar. Faleceu em 2020 aos 72 anos.
Parede que leva ao Colo Norte
Escalando os últimos metros da parede
A caminho do Colo Norte
Essa foto mostra o trajeto que eu e o Ang Rita conseguimos subir pela aresta, beirando o abismo à esquerda, antes de sermos derrotados pelos ventos e regressar ao acampamento.
Quase no Colo Norte