Foi a estreia de Thomaz no Himalaia. Integrando uma forte equipe polonesa, tentou a primeira ascensão invernal (dez-fev) da 5ª. montanha mais alta do mundo, no coração do Himalaia. Eram 9 alpinistas, sendo 6 poloneses, 2 americanos e o Thomaz.
Essa expedição aconteceu ainda na era “romântica” do alpinismo, quando a maneira de escalar uma montanha era tão ou mais importante que a escalada em si. Como exemplo, apesar das enormes dificuldades e perigos, abriram mão de sherpas de altitude e garrafas de oxigênios; sem falar que nem havia “modernidades” como telefones via satélite, helicópteros para emergências e previsões do tempo atualizadas via internet.
Depois de quase um mês na linda e exótica Katmandu, aguardando os equipamentos e mantimentos, que vieram de caminhão desde a distante Polônia, dirigido por 3 dos alpinistas; a equipe foi até a vila de Hile, 600 km a leste de Katmandu, onde começava a caminhada de aproximação até a montanha, um trajeto de 150 km, feito em 12 dias.
Nessa trilha, pelo vale do rio Arun, depois o rio Barun, e apoiada por 108 carregadores, a equipe passou por vilarejos remotos e por uma das paisagens mais lindas da região.
O campo-base foi montado no começo de dezembro, base da face sul. Até o dia 31 daquele mês, a equipe conseguiu montar e abastecer o campo-base avançado (5.100 m), o Campo 1 (5.700 m), o 2 (6.300 m) e o 3 (6.800 m), pela via “francesa”. Já prevendo o fortes ventos típicos de inverno, o C-3 foi montado dentro de uma cova no gelo escavada na encosta. Em janeiro começaram os famosos jet streams, ventos violentos que descem da estratosfera, e um a um os acampamentos foram sendo destruídos e impedindo os alpinistas de avançar com segurança. No final de janeiro a equipe conseguiu atingir 7.500 m de altitude, antes de se dar por vencida, e retornar a Katmandu.
O relato dessa expedição está no livro UM OUTRO MUNDO LÁ FORA – Expedições ao Ártico, Antartica, Alasca e Himalaia.
Cenas urbana no bairro Thamel, Katmandu
Batizado nas ruas de Katmandu
Templo em Katmandu
De bike em Bhaktapur.
Sherpas atravessando rio Arun
Vila da Tashigaon (2.090 m)
Sherpas descalços na neve, após o Passo Shipton (4.216 m)
Sherpas descalços na neve, após o Passo Shipton (4.216 m)
Meninas sherpas a caminho do Campo-Base
Campo base avançado (5.100 m) e a imensa Face Oeste, ao fundo.
Escalando próximo ao Campo 2 (6.300 m)
Barraca esmagada pela neve, no Campo 2, que Krówa e eu tivemos que consertar às pressas, sob 25 graus abaixo de zero.
Entrada da cova de gelo – nosso Campo 3 (6.800 m)
Dentro da cova de gelo.
Escalando e fixando cordas a 7.200 m, rumo ao Makalu La, passo a 7.400 m, entre o Monte Kangchuntse e o Makalu.
A 7.200 m, a caminho do Makalu La, e o Himalaia ao fundo.